Pensar em Pessoas com Deficiência, Direitos Humanos, acessibilidade, Inclusão, empregabilidade, luta, defesa e garantia de direitos se torna um universo infinito de discussões e frustrações realistas quando na atuação de fato de profissionais que efetuam para valer esse tipo de serviço.
É incoerente admitir e acreditar que em pleno século XXI, agências de emprego não sabem lidar com a Pessoa com Deficiência Intelectual, nem tampouco compreendem ou conhecem o significado
ou o que quer que seja.
Na rotina institucional os profissionais trabalham diversas áreas, bem como autonomia, independência e inclusão profissional, ja na questão da Pessoa com Deficiência Física o dia a dia desse sujeito não é simples, o treino de mobilidade urbana junto a um profissional de educacao fisica e/ou terapeuta ocupacional estará iniciando em seu percurso nos diversos espaços e condicionando -os para os desafios da infraestrutura de acessibilidade do município que não possui mecanismos e ferramentas com fácil disponibilidade ou em regular funcionamento/manutenção.
A inclusão não é somente uma palavra bonita, uma terminologia teórica, uma lei aprovada, na prática ela existe como
demanda, não como superação, enquanto a sociedade não conseguir compreender e conviver com o diferente sem olhar para o mesmo de forma diferente não haverá inclusão.
A inclusão está na atitude dos sujeitos, nos olhares, no tratamento e nas exceções, aliás não há exceções. Existem limitações sim, que devem ser consideradas de forma individual e não generalizada de forma grotesca ou piedosa.
Existem diversas formas de ser útil e a melhor forma é se respaldando de informações sobre o trabalho que são executados em seu município em benefício ao público que você se solidariza.
Na Associação Presbiteriana, em todos os serviços trabalhamos com deficientes
intelectuais e físicos, nosso objetivo está em estimular sua rotina através de potencializar sua autonomia, independência, autoestima e inclusão seja social, profissional, educacional.
Para todo esse trabalho a equipe através dos serviços pautados na assistência social, estabelece uma avaliação através de estudo de caso e planejamento e assim inicia as articulações junto aos outros setores públicos e/ou privados para o início do processo de desenvolvimento do sujeito.
No SUS, por exemplo, o cuidado perante o indivíduo de forma a abranger a integralidade, universalidade e a equidade, oferecida pela rede de dispositivos, e que dessa maneira, o usuário possa ser contemplado de forma a atender às suas necessidades,
únicas e subjetivas a cada um. É a partir do material teórico que desenvole a metodologia de trabalho prático e dessa forma, uma não se isenta da outra, tanto a teoria quanto a prática. Porém são nas entrelinhas que o trabalho na assistência se torna tão importante e de luta pelos direitos da pessoa com deficiência, seja ela física, mental, intelectual. É na área da Assistência Social que o dever profissional torna-se garantir os direitos e ofertar todos os recursos disponíveis para que o usuário seja beneficiado com Atividades de Vida Diária e de Vida Prática na recuperação de sua integridade, visando a reinserção do mesmo na vida cotidiana e social. É discutir o acesso do usuário ao serviço, é falar e mostrar sobre acessibilidade e a falta de direcionamento dentro de um
serviço. É assim que o entrave se inicia. Posteriormente a realizar os Planos Individuais de Atendimento (PIA), que visa criar os objetivos das atividades necessárias à eles, e assim partir para a inserção do usuário na rede de serviços socioassistenciais, sejam dentro da saúde, da assistência, entre outros setores e serviços. É neste ponto que percebe – se a lacuna, esta que fragmenta as relações entre as instituições, pois não é passível de uma parceria horizontal, de dispositivo para dispositivo, equipe para equipe. Nos é sentido como um corte incisivo hierárquico e vertical, de maneira a cristalizar vínculos que poderiam ser potentes para a construção de um trabalho em equipe e entre serviços, de forma a garantir os direitos e o bem-
estar do usuário. As equipes atuantes são potentes, porém não disponíveis a realizar esse cuidado integrado e corresponsável do sujeito, distribuindo as responsabilidades deste de forma igual à todos que o atendem. Assim o trabalho na assistência se torna árduo e muitas vezes visto como disparador de discussões, pois necessita do apoio um do outro, mas nem sempre é possível.
Se faz necessário nesse momento provocar a reflexão de embates e revalidações das políticas públicas, que seja colocado o quanto a interdisciplinaridade, intersetorialidade e o matriciamento de fato funcionem, para que o cidadão seja atendido de acordo com seus direitos e políticas implementadas que demoraram e lutaram tanto para se formar e de fato atuar
incisivamente no cuidado integral deste. É construir os tijolos juntos, para que o indivíduo de forma autônoma possa de fato se abrigar, se incluir e ser incluído.